20/01/2011

Papalvo anoitecer de luar

E a noite vai, o imenso luar quase que contempla os poucos que ainda restam, JB, MARCELO, PH, PEDRO E EMERSON submessos em um encanto desencantado. E o que nos resta depois do churrasquinho do Bigode? O que resta após nossas cervejas? Apenas esse enredo ininterrupto e eterno de instantes? "É preciso estar sempre embriagado. Aí está: eis a única questão. Para não sentirem o fardo horrível do Tempo que verga e inclina para a terra, é preciso que se embriaguem sem descanso. Com quê? Com vinho, poesia ou virtude, a escolher. Mas embriaguem-se. E se, porventura, nos degraus de um palácio, sobre a relva verde de um fosso, na solidão morna do quarto, a embriaguez diminuir ou desaparecer quando você acordar, pergunte ao vento, à vaga, à estrela, ao pássaro, ao relógio, a tudo que flui, a tudo que geme, a tudo que gira, a tudo que canta, a tudo que fala, pergunte que horas são; e o vento, a vaga, a estrela, o pássaro, o relógio responderão: "É hora de embriagar-se! Para não serem os escravos martirizados do Tempo, embriaguem-se; embriaguem-se sem descanso". Com vinho, poesia ou virtude, a escolher." Então deve ser só isso. Nos resta apenas a lembrança consoladora de um velho poema de Baudelaire, apenas isso.

JB

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